as quedas que se abrem
têm no som os ruídos
menos estrondosos que
as ruínas dos poderes,
não têm ouro a se perder,
nem o que pecar,
não têm desventuras
nem mesmo um fim
me ponha nos olhos, queda,
a atenção para crateras
que meus pés calçam,
cair com os buracos
e desabar como queda d’água.
me traga o pulo dos tombos
para andar pelo desenho
mal feito das ruas
a outras quedas me largarei -
tenho uma queda pelos beijos.
vou perder a força no declinar
e me derrubar a todos os lábios
e me deitar em todos os braços.
seja hábil, queda, às minhas pernas
para faíscas brilharem
têm no som os ruídos
menos estrondosos que
as ruínas dos poderes,
não têm ouro a se perder,
nem o que pecar,
não têm desventuras
nem mesmo um fim
me ponha nos olhos, queda,
a atenção para crateras
que meus pés calçam,
cair com os buracos
e desabar como queda d’água.
me traga o pulo dos tombos
para andar pelo desenho
mal feito das ruas
a outras quedas me largarei -
tenho uma queda pelos beijos.
vou perder a força no declinar
e me derrubar a todos os lábios
e me deitar em todos os braços.
seja hábil, queda, às minhas pernas
para faíscas brilharem
quando ao chão derrapar
*alguns créditos das imagens inseridas na montagem: no fundo, O beijo de Pablo Picasso - que também aparece no canto superior direito. No canto superior esquerdo, O beijo de Munch. As outras foram encontradas na net sem créditos.
3 comentários:
Um poema e tanto. Um final estupendo ("seja hábil, queda, às minhas pernas
para faíscas brilharem
quando ao chão derrapar"). Bravo!
BOM, COMO SEMPRE, EXEMPLAR, ABRAÇO
quedas e quedas. as d'água me encantam - das que não ferem... lindo poema, Jefferson. beijo.
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