24 de nov. de 2013
A DOR PESADA
agora já não sei quem sofre mais:
se sou eu ou é a minha vizinha.
ela quis me colocar na balança,
quis comparar quem sofre mais
mania de ser mais em tudo que faz
ela toda é só dores, só calafrios
e minha boca assim calada e fria
sente nos ouvidos os sofrimentos
e como dói estar na dor ouvinte!
uma dor impaciente e irritada.
mas a vejo já sofrida só de pensar
em subir no prato da dor da balança
que pesar é o peso das infecções
de minha vizinha! sem o peso
leve da pena, vive no penar
da sensação doída de existir
que prazer de dor terá em ser mais
no mais pesar da balança ofendida?
talvez o prazer da dor na dolorida
medida de sentir mais pena de si
Marcadores:
Gagueiras
10 de nov. de 2013
NOITE DE CARNAVAL E OUTRAS NOITES
voltamos juntos
da noite de carnaval
acendemos velas:
a baixa luz se ergue
o corpo acende
agora se vê:
a parafina brinca
o pavio queima
beijamos muito
no quarto iluminado
brincamos feito serpentina
agora se vê:
vamos descendo
agora se vê:
o branco das velas
descendo úmido
no aroma ascendente
dos corpos
noites de carnaval, noites - poema de Rogel Samuel
(para Jefferson Bessa)
noites de carnaval, noites
de ruidoso amor
o baticum dos tambores
africanos
os humores eróticos
os tremores requebrados
passistas apressados
nas noites de antigos
carnavais
perfume de lança-perfumes
inebriantes
fontes
danças de estrelas
na batalha de confetes
requebros noturnos
ruas apertadas
portas abertas
noites de carnaval, noites
de luar
Marcadores:
Carne e Vendaval de Carnaval
Assinar:
Postagens (Atom)