eu
mal vejo
a cidade.
juntos mal andamos.
o astro de seus postes
não ilumina o noturno:
fraco é o olho da cidade.
e ainda que ela me desencontre
surgirá um olho em alguma esquina
(não o das portas do comércio que se abrem
não o olho da manhã serviçal dos ônibus
nem mesmo espere que este olho seja o meu)
espere que de uma esquina um dia se possa ver
um verso-olho reluzente pelo espaço vasto
pelas ruas se estenderá assim maior que um alexandrino