23 de ago. de 2010
ESTOQUE
chegou o vendedor e me disse
que não havia livro de poema
daquele poeta que lhe perguntei
lamentamos, senhor, mas não há
mas posso trazer outros livros
me disse ainda que os poemas
estariam em minhas mãos de imediato
viriam das pilhas da distribuidora
mas de imediato vi apenas livros
na estante acumulados, escondidos
nas camadas guardadas de poeira
no objetivo das contas de inventário
em que se somam horas, dias e anos
dentro de espaços em aparelhagem
entre folhas de livro atacado ou varejo
e assim continuou falando da breve
atualização dos acervos no estoque
armazenados em curto prazo de tempo.
a ele nem respondi, não esperei saber
contudo digo que de lá saí com um poema
antes só havia perguntado: poema?
eu vi, tu viste, ele viu e me deram
estoques, reservas enredadas.
mas nenhum poema nunca faltará
porque existe com ou sem falhas de loja
antes só havia perguntado: poema?
e me trouxeram quantidades
necessidades, fornecimentos.
mas a porta da livraria se abriu
esqueci o vendedor e o livro
e lembrei que a poesia não falta
por isso, de lá saí com este poema
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19 comentários:
Ah, que lindo! E para não ficarmos nos estoques, publicamos também aqui, onde nada pára. Salve os blogs! rs.
Adorei seu poema-crônica-reflexivo.
Beijo terno, boa semana!
Agradeço as palavras, Lara! Concordo: os blogs não param e por eles nos lemos e nos comunicamos a qualquer hora. Uma dinâmica fantástica. Beijo. Boa semana. Jefferson.
Os poemas estão em todo lado... Dentro dos livros estão os mais velhos que anseiam por visitas, para contar suas alegrias e tristezas. Os mais jovens passeiam-se por aí à espera de quem os faça crescer e ouse escrevê-los...
Um beijo
Gostei do seu poema palavreado!
Beijos e abraços.
Teca, bom que tenha gostado ;-) Obrigado. Beijos. Jefferson.
Lídia, todos os poemas são sempre bem-vindos! Os poemas nunca esperam, porque sempre fazem da falta a presença. Grato pela presença. Beijos. Jefferson.
Bastante interessante e original, J.
Gerana, um prazer a sua visita. Obrigado pelo comentário. Jefferson.
Belo e exato, ainda que em sua boa linguagem poética. Poemas querem ser lidos, consumidos, assimilados, relidos e virados ao avesso. Poemas querem existir em pessoa e ser recriados. Por isso a gente publica na rede, não é mesmo?
Um beijo e muito obrigada por seu carinho, Jefferson.
Belo e exato, ainda que em sua boa linguagem poética. Poemas querem ser lidos, consumidos, assimilados, relidos e virados ao avesso. Poemas querem existir em pessoa e ser recriados. Por isso a gente publica na rede, não é mesmo?
Um beijo e muito obrigada por seu carinho, Jefferson.
Exatamente, Dade! Os poemas não faltam nunca, por isso estamos na rede. Fico muito feliz com sua visita. Muito grato. Beijo. Jefferson.
Que poema interessante, Jefferson!
Muito original, com um desfecho bom demais: você saiu de lá com poesia...
Adorei!
Grande abraço!!!
Zélia, obrigado pela sua leitura. Fazer um poema supriu a falta de não encontrá-lo. Um abraço. Jefferson.
Jefferson passei para conhecer seu blog ele é not°10, show, espetacular desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
Um grande abraço e tudo de bom
Ass:Rodrigo Rocha
Rodrigo, obrigado pela visita! Muito bom que tenha gostado do blog. Abraços.
Jefferson.
não encontramos os poemas? os poemas nos encontram. sabe que acredito cada vez mais nisso, jefferson - os poemas nos procuram e nós apenas os acolhemos. desta vez, "ele" te procurou dentro da livraria. :) adorei. abraço!
Oi, Nydia! Quando os poemas chegam é de vez ;) E assim devemos acolher a todos eles. Muito grato. Beijo.
Jefferson.
Há poesia nos supermercados,
nas farmácias,
nos restaurantes.
Há poesia "em tudo que eu vejo".
Oi, Herculano! Concordo: a poesia aparece em todos os lugares, em todas as coisas, basta ficarmos atentos. Um abraço. Seja bem-vindo!
Jefferson.
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