
agora já pisca
aos poucos
ligando.
pode ver?
há dias se pendurava
queimada, quebrada
neste quarto.
já nem queria mais
trocá-la, lembro
escondeu-se no fumê
da camiseta.
dentro da cama ficou
acariciava lençóis
imaginava-os limpos
encardidos
os pés no escuro
de seu escuro escondiam
o tecido de seu tecido.
imaginavam luzes
vibrantes de receio.
mas se agora no instante
em que mais sente
este manto descobrisse
a bermuda se abrisse
o lençol fosse um lençol
e da falta de luz abrisse
o escuro de tocar sem saber
abrisse todo o gosto
de um calor noturno
para além do limpo e do sujo
a lâmpada trocada
agora já pisca
aos poucos
desligando.
pode ver?
8 comentários:
Teu poema me pareceu uma daquelas noites de insônia e delirio em que fitamos um objeto e ele parece criar vida. Muito bom, Jefferson, beijo.
Às vezes a gente se esquece de trocar a lâmpada, se habitua ao escuro.
Excelente poema!
Beijo.
Concordo com a Nydia, deste vida a lâmpada e ao teu sentimento.
Iluminaste a poesia!
Beijo
Isso! Um poema iluminado!
Beijos com afeto.
Muito bom!! É uma viagem muito boa...gostei!!
[]ss
Piscou em plena luz do dia...
Evoé!
Incrivelmente bem pensado.
Mt interessante, Jefferson!!! Vc tratou de dissecar uma pequena experiência coitiana e criou um mundo cheio de perspectivas!
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