no meio da página
respira úmido
o poema é corpo
o céu reflete a folha
nua a mostrar os braços
na dança escrita
pelo paladar escorrem
diversos sabores
de versos ingeridos
no leito da audição
da boca sai o som
a dizer claro sussurro
respira úmido
o poema é corpo
o céu reflete a folha
nua a mostrar os braços
na dança escrita
pelo paladar escorrem
diversos sabores
de versos ingeridos
no leito da audição
da boca sai o som
a dizer claro sussurro
na ponta dos olhos
se vê a pele tesa
a letra tateando
sobraram palavras
a noite farta vai arrastá-las
às entradas do corpo lido
5 comentários:
Gostei mt!!! Vc escolheu bem as palavras, dá quase pra sentir o poema-corpo!!!
Sabe o momento impactante? "sobraram palavras": gostei imensamente deste verso,incrível.
Nossa, que poema, Bessa! Sem palavras... beijo.
"o poema é corpo"
Lembrei-me do poema "Elementar",
há muito publicado
em minha confeitaria poética.
Beijo,
doce de lira
O poema nunca se contenta em vestir-se de pura abstração e invade cada parte do corpo de maneira pungentemente essencial e quase táctil.
Parabéns!
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