esta velhice dos mais velhos
envelhece minha resistência,
pensa até quando vou escrever
sem que a idade não seja abalada
sem que um pouco me dê rasteira
existem os jovens que são jovens
pouco ontem e muito amanhã
mas tão pouco se vive neste afã,
só se tem o que faz de si em si
limitação por ser uma paragem
mas aqui a velhice atravessa
chega na juventude de ser velha
ou na velhice de ser jovem:
ontem de hoje ou amanhã de ontem
ou amanhã no hoje de anteontem
por isso escrevo de me apoiar
por entre os braços de levantar
estas mãos cansadas de jovem
tão leves de caminhar antigas
são passos lentos de novo andar
em gestos rápidos de velho saber
o que se vê do novo envelhece
na audição do velho em nascimento.
a tarde desta manhã me anoitece
passo e esqueço a idade em sorriso
2 comentários:
não fica velha a sua poesia, fica difícil...
Caro Rogel, é quando a poesia se escreve em sobrevivência.
Sempre grato pela sua leitura!
Abraços,
Jefferson.
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