19 de set. de 2018

DESATAR-NÓS


Desatar o nó na garganta
Retirar fio a fio devagar.
Engasgar e desfiar o nó
Simples, duplo, cego,
Nó direito, nó em oito, nó de sapato.
Até se nós fizermos juntos nós na garganta 
É melhor desatar o Mesmo.
Muitos fios se envolvem em nós
Como pedra fundamental em durezas 
Que por costume não sentimos mais os apertos.
Atenção aos nós para desatar-nós:
Quando caroço intruso e embargador de voz
Que se quer entrar e nada se deixa engolir.

(Foi ontem, um nó se fez, a garganta quase se fechou 
E uma irritação começou, continha um engasgo.
Quase caído no aperto, quase deixei dar um nó,
Eram fios sentidos como formigas na garganta.
Pensei que estavam dormentes,
Mas saíram lentamente como saem da terra.
Foi quando de repente surgiu uma vontade de sorrir
Do aperto dos laços, dos refluxos, das palpitações.
Pensei que fosse sair gargalhando
Então sorri fio a fio)

2 comentários:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

NÓ DA FORCA,
NÓ DO UMBIGO,
NÓ DE NÓS,
NÓ CEGO,
NÓ DA VIDA
DA MORTE
NA SUBIDA

Jefferson Bessa disse...

Rogel, o NÓ de MUITOS NÓS em seu poema-resposta. "NÓ DA VIDA/DA MORTE/NA SUBIDA".