ontem a chuva veio de trás
a frente se fez diferentemente úmida
do leste uma luz diversa descia
nada similar aos outros fins-de-tarde
na mistura de um laranja-prata
iluminou casas, ruas, antenas
não havia uma pessoa
todo o resto se deixava passar pela luz
arrastava-se ao ocre da terra
no tempo do verde-azul
visto nos montes ao longe
não era um crepúsculo
não era tarde, nem manhã.
da chuva vinda de trás
a cor desconhecida
por instantes se mostrou
outra coisa – sem nome
não era alguma coisa
era cor – era o que nunca mais se verá
só conheço pelo que já disse
a luz veio do leste
depois da chuva vinda de trás.
não havia sequer uma pessoa
sem definição acontecia
brilhava na visão
uma cor que nunca mais se verá
30 de mai. de 2011
ontem a chuva veio de trás
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5 comentários:
Liricamente impecável. Amei!
Beijo.
Lindo, Jefferson!
A chuva vindo de trás, numa luz que não se sabe a cor. Gostaria de estar nesta chuva.
Beijos, poeta!
Mirze
Ah... uma chuva poética... com cor de que não se verá mais... gostei dos versos.
Um beijo enorme, poeta.
Um belo poema de extremo lirismo.
Um beijo, amigo Jefferson.
astrolábio
de
sensações
*abraço,
amigo Jefferson*
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