onde está o silêncio das coisas?
me disseram que se pode ouvi-lo
mas se ouço o silêncio da flor,
já não faço falar o silêncio dela?
afirmam que há o silêncio dos pássaros
mas ninguém atenta ao canto,
ao ruído de suas asas?
nem as cachoeiras são silenciosas
dizem que seu som são lágrimas que escorrem.
e o mar? as ondas calmas
ou agitadas
sempre marulham.
por que querer ausentar-se do ruído do mar?
mar, mar, mar, mar, mar
palavra quando falada lentamente
vira o mar guardado em audição.
se não ouvíssemos o ruído do mar
não teria surgido a palavra mar
que salga a voz e molha a língua
*foto encontrada na rede
9 comentários:
Ah... um encanto os seus versos... um final de domingo em paz! Sem ruído... em silêncio... em verso.
Beijos de boa semana, poeta.
Que belo poema Jefferson - desde o título até o último verso. É incrível, sempre que te leio lembro de algum dos meus. :) Hoje me lembrei deste:
dançam
em nossas mãos
palavras
desafiando
o frágil equilíbrio
do sentido
no limiar
entre silêncio e som
entre música
e ruído
beijo, boa semana!
Que belo poema, Jefferson. Silêncios que se comunicam, portanto falam, ainda silêncios, quem sabe..
Eu me silencio ao te ler. Mas depois acabo soltando palavras aqui para dizer que seus poemas fazem bem para a alma, silente, ou não.
Beijo, querido!
Belíssimo, Jefferson!
O silêncio das pessoas , coisas e fatos...
Tão difícil identificar!
Mas a beleza dos seus versos,esta salta aos olhos: não deixa dúvida!
Abraço, poeta!
Encantador! perguntas encantadoras, desenvolvimento do poema envolvente.
Um desses poemas que se torna aquilo de que fala. Lindo, Jefferson.
Um abraço.
Poema encantador, sobretudo, o trecho "sempre barulham." Mt bom, Jefferson!!!
in.tenso
marulhar
~boa onda :)
*abraço,
Jefferson*
Postar um comentário