sobre   a   cama   ouvir   quase   adormece
            os olhos cerram entorpecidos da noite
devagar   é   o   quarto   os   livros   as   paredes
            a porta entreaberta e a fraca luz que entra
em   cores   pontos   claros   pontilham   ao   ar
            o corredor que se entrevê já quase dorme
a   cama   se   acalma,   o   sono   a   cabeça   descansa
            ao lado o odor conhecido de sossegado corpo
pela   janela   clareia   cheia   de   luz   a   lua   de   fora
            sem pressa os dedos se movem e a vista embaça
o   verso   se   estende   lento   a   vozes   que   surgem
            não há qualquer impaciência de findar o que se vê
lentamente   a   luz   noturna   pelo   quarto   ilumina
            velhas esperas adormecem vestidas de exílios
por que   querer   enxugar   a   noite   à   meia -   luz ?
            que importa saber se chegou a hora da meia-noite?
4 comentários:
dois poemas li no seu regaço: essa noite no quarto e as flores da manhã, dois espaços a mesma poesia desvelada, a mesma boa poesia revelada.
Lindo! Li num devaneio só, amei!
Beijo.
Jefferson, uma relação com a noite muito bem poetisada. "o verso se estende lento a vozes que surgem", maravilhoso isso.
bjs.
Até a disposição gráfica está perfeita para o que trazem os versos.Parabéns!
Postar um comentário