7 de jun. de 2010

PÊSSEGO


nem pedirei qualquer coisa que lá esteja
estou no meio destas mãos que me arredondam.
e também o gosto alcança os dedos como
a ponta dos pés se levanta e no alto toca
o farto fruto da pele meio amarela
meio morena, úmida de terra e chuva.

ponha-me agora como um alimento fresco
que mordido nem saúde ou doença traz.

sem lavar, sem limpar a poeira do vento
ponha-me inteiro na vez calma da boca.
deitada aos pés por entre o lençol da carne
a árvore do corpo se descasca e desfruta
o gosto que se ergue já assentado na terra
como a nudez do redondo sabor de pêssego
.

7 comentários:

dade amorim disse...

Sensualmente belo, belamente sensual - o pêssego perfeito.

Abraço, Jefferson.

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

bom esse poema
com sabor de pêssego

Maria Azenha disse...

gosto deste poema , suas imagens que transmitem suavidade ebeleza

Gerana Damulakis disse...

Muito original; gostei bastante, JB.

Unknown disse...

poema de intensidade mordaz,

abraço

lupussignatus disse...

maduro

fruto


[enraíza-se
no pomo
dos sentidos]


*abraço,
amigo*

Ana Lucia Franco disse...

Sensual e muito bonito.

abrs!