10 de jun. de 2021

VÍRUS



Há nas ruas a virulência da violência
Pelo vírus ela adentra as células
Se expande pelas massas do cérebro
E arrasta a massa de manobra

Escorre entre eles o líquido fétido
Que arrasta corpos para cemitérios.
Sozinho o vírus não se mantém vivo 
Nas ruas eles recebem seu déspota

Passam juntos e lançam uma gosma
Excreção organizadamente ridícula.
Espirros, tosses, discursos expelem
Vírus de genocidas em gotículas

Amontoados produzem alheios caixões
Carregam os seus nas próprias mãos.
Nefasto, submisso, pobre espetáculo!
Queria agora os versos de um sátiro!

3 comentários:

Borba disse...

Lindo poema. Parabéns.

Jefferson Bessa disse...

Muito agradecido, Borba!

lupuscanissignatus disse...

Fixa-se na mente e fica a remoer, rodopiando.

Acutilante.


Abraço.