13 de dez. de 2011

ELEGIA

já havia morrido quando nasci
o rio que atravessou a infância

mas ainda assim ficava a olhar
a língua escura que ali corria

restaram os contos de um dia
que nos escorriam em banho



as crianças ao pé do rio morto
miravam o céu à espera da chuva:

seria o encontro das fortes águas
arrastaria as mortes flutuantes

mas a chuva veio e miramos o rio
e ficamos na água azul das alturas



movimentamos o céu por vezes
na enchente das sílabas de águas

as crianças entre o céu e o rio
nunca se banharam rio a dentro

já havia morrido quando nasci
o rio que atravessou a infância

8 comentários:

jeferson luiz blog de poesias disse...

adoro ler seus poemas de jefersonpara jeferson ,quando puder veja os meus

Jefferson Bessa disse...

Obrigado, Jeferson. Seja sempre bem-vindo. Abraços.
Jefferson.

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

é uma elegia do meio ambiente, da degradação dos rios, da terra, os antigos rios transformados em vala negra, é a elegia da Terra

sampaio disse...

oi jeffinho, to te seguindo hein!!! Bjs Rafael/Gerson!

Teté M. Jorge disse...

Um cântico...

Beijo carinhoso.

Maria Azenha disse...

Belo, querido Amigo.

Beijo,

maria

dade amorim disse...

Bonita essa homenagem à natureza, ou como diz o Rogel, essa elegia.

Grande natal e ainda melhor novo ano, Jefferson.

Jefferson Bessa disse...

De:lupussignatus signatus


vital

corrente


[a que aqui
nos revelas]