8 de jun. de 2017

VISTA DA CIDADE



os olhos correm em velocidade
móveis seguem, imóveis ficam

os olhos correm vendo os imóveis
mas dentro e fora tudo é paragem

a velocidade imposta e crescente
ao caminho pelos barrancos passamos

esbarrando nos barracos tudo ascende
a terra plana se nivela aos altos do morro

minha mente aos poucos se desmantela
pois falta martelo, nem posso pendurá-la

tudo balança no ar, tudo balança na alma
os prédios trepidam, as árvores caem

os olhos para fora das madeiras são pregos
os braços, madeiras dependuradas ao vento

a luz piscou e a energia faltará em instantes
ah, mas já me falta energia para continuar!

tentei seguir, mas tudo cresce descendendo
em grande velocidade o poema se acabou


Do e-livro Água Fria

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