os olhos
correm em velocidade
móveis
seguem, imóveis ficam
os olhos
correm vendo os imóveis
mas
dentro e fora tudo é paragem
a
velocidade imposta e crescente
ao
caminho pelos barrancos passamos
esbarrando
nos barracos tudo ascende
a terra
plana se nivela aos altos do morro
minha
mente aos poucos se desmantela
pois
falta martelo, nem posso pendurá-la
tudo
balança no ar, tudo balança na alma
os
prédios trepidam, as árvores caem
os olhos
para fora das madeiras são pregos
os
braços, madeiras dependuradas ao vento
a luz
piscou e a energia faltará em instantes
ah, mas
já me falta energia para continuar!
tentei
seguir, mas tudo cresce descendendo
em grande
velocidade o poema se acabou
Do e-livro Água Fria