Na curva, na calçada
no meio de todo mundo
no meio, sempre no meio
do mundo, do povo, da rua
andamos com o Só
No quarto recolhido
se escreve o Só
a sós com o mundo todo
Não se deve excluir o Só
mas sustentá-lo à mostra
como ferida aberta de pé
No estar do meio de tudo
somos pontos de muitos
só(i)s pequenos, errantes
iluminando as diferenças
sem drama ou clausura
Na rua cada um é uma ilha
onde os Sós se fazem um Só
5 comentários:
Tão profundo e real, Jefferson!
Nascemos só, morremos só e agora no meio do mundo, da multidão, cada um está só mesmo.
Belíssimo!
Só tenho a agradecer a leitura e o comentário, Mirze!
Grande abraço.
Jefferson
É como eu me sinto nos tempos atuais... no meio de um monte de gente... e só...
Beijo carinhoso.
incomunicabilidade, solidão, muros altos, calabouço, tudo, a tudo, a todos, a poesia do muro, do risco das unhas no muro... cuidado, isso mata!
Do infindável tema dos poetas.
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