26 de abr. de 2011
O SAL DO CORPO
vagarosamente
seguir
pelo estreito
das fendas,
dos braços,
olhos,
orelhas
banhar
o pescoço
e
descer
ao dorso
num risco leve
de só ser
úmido
esquecer-se
no gosto
de ser
aos poucos secar
e evaporar
ao dedo
de teus
pés
passar pelo teu corpo
como uma
derradeira
gota
d’
água
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13 de abr. de 2011
PÔR

ver como o sol no fim da tarde
numa variação de cores tão intensa
que piscar é se deixar em últimos raios
no entre das brechas
de uma casa, de um prédio
de uma pessoa e outra
dos homens que passam andar por entre o vão das pernas
do salto alto da mulher atravessar feito um pouco de ar
(podem pensar que neste modo de olhar
neste modo de sentar existe alguma tristeza.
o que fazer se esse instante é o de se pôr
e esquecer do que em nós também faz se pôr)
do extremo duma ampla avenida
se pode ver melhor o pôr
escorrendo na língua dos raios
entre às cinco e seis da tarde
no fragmento das longas sombras
o sol, a luz, as pessoas
todos assim se esfregam ao rés do chão
*fotografia sem crédito encontrada na net
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