identidade
primeiro inventaram a identidade
segundo me disseram que eu a perdi
terceiro digo a todos que nunca a tive.
perdi a identidade, mas só o papel
esta que faz de mim números apenas,
por ela se faz numerologia até.
se vê meu destino, se vê meu espelho
e se sou um todo ou diversas partes.
depois de procurar pela casa inteira
confesso que aqui perdi só a de papel
deram-me pronta como se fosse eu
essa é a que poderia perder, é a que tive
mas ela – que é a única que sempre existiu –
posso ganhar, tirar a segunda via
mas essa outra nunca senti em meu corpo
4 comentários:
bem interessante a problemática do "eu" e " não-eu"... bem Pessoano:)
gostei muito, Amigo,
Beijo,
mariah
excelente poema sobre a perda da identidade, a identidade perdida e a busco de si mesmo no espelho de si.
é tão bom acordar e encontrar os amigos por aqui!
Um prazer tê-los neste blog.
Jefferson.
Identidades, de papel, de espelho, de carne e osso - quantas serão? Será que não variam com as estações, a chuva e o sol? A manhã, a tarde e a noite são diferentes da identidade da madrugada?
Enquanto pensamos nesse e em outros problemas assim cheios de sumo, tomara que o Natal e o ano novo nos venham favoráveis, Jefferson.
Um beijo.
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