27 de set. de 2009
Versos de Agora
num dia desses em que tudo é simples
disseram-me sobre as musas
pensei então que me poderiam dar um presente
- e me saiu um sorriso no canto da boca –
então quis abrir o esquecimento.
e assim me fizeram lembrar do que esqueço
contudo aqui não tenho o que tirar da memória
abro então o presente
e me chegam versos de agora
esses que têm os passos nas palavras
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Escritos versos
16 de set. de 2009
Duna
1936
Deste pouco de tinta
Espalhada na folha
Se ergue sobre linhas
Arqueada de corpo
Esta imensa duna.
Aqui vai se compondo
Em lento movimento
De letra a letra
Abrindo vazios
Assim ocupados
Por verso contínuo
De fragilidade
Que se firma sempre
Em intermitência.
Por entre grãos
A duna sobe.
Palavra reta
Na superfície
Das várias curvas
Então alinhadas
No cruzamento
Vertical
No horizonte
Curvilíneo,
Percorrendo
Lá e aqui
Nos declives.
Não há jeito:
Se move
Agora
A duna
Escrita
Aqui.
contudo
se vê:
é
pó
es
va
in
do
se
Espalhada na folha
Se ergue sobre linhas
Arqueada de corpo
Esta imensa duna.
Aqui vai se compondo
Em lento movimento
De letra a letra
Abrindo vazios
Assim ocupados
Por verso contínuo
De fragilidade
Que se firma sempre
Em intermitência.
Por entre grãos
A duna sobe.
Palavra reta
Na superfície
Das várias curvas
Então alinhadas
No cruzamento
Vertical
No horizonte
Curvilíneo,
Percorrendo
Lá e aqui
Nos declives.
Não há jeito:
Se move
Agora
A duna
Escrita
Aqui.
contudo
se vê:
é
pó
es
va
in
do
se
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6 de set. de 2009
O Muro

só compreendo um muro
vendo o homem primeiro
sentado em meio aos montes
- em abrigo receoso
só compreendo um muro
se vejo esse mesmo homem
pisando a marcação
na vertigem das posses
só compreendo um muro
pelo medo nostálgico
do homem que via o sol
se pôr antes da noite
só compreendo um muro
se a guarda do que é cerco
fecha-se atrás das costas
vendo o homem primeiro
sentado em meio aos montes
- em abrigo receoso
só compreendo um muro
se vejo esse mesmo homem
pisando a marcação
na vertigem das posses
só compreendo um muro
pelo medo nostálgico
do homem que via o sol
se pôr antes da noite
só compreendo um muro
se a guarda do que é cerco
fecha-se atrás das costas
e arrasta um deus pesado
(Jefferson Bessa)
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