É como entrar numa sala sem ser chamado
Ouvir uma voz estrondosa que não diz.
Minha vontade sempre me embaça. Fico no além.
Assim entrei em tantas salas e saí sem saber o que olhar.
Mas também não ficarei na antessala.
Não vou esperar.
Vou sair.
Andar.
Entrar nas coisas sem ser chamado não convém.
Convir é quando venho com o que me chamou.
Vou sair.
Andar.
Nem ficarei na antessala.
Esperar não convém.
O movimento, por ora, me convém só ao chão pelo qual caminho.
Quero vir junto com as coisas. Para tanto vou andar...andar. É esse o caminho.
Ficar quieto. Prestar a atenção ao que me chama.
Penso se haverá algum vocativo para eu ouvir...
Mas não há. Quando me aquietar não haverá nenhum vocativo.
É certo. Nenhum vocativo.
Chamar é nomear. Não quero nomes apenas. Não haverá só chamado, portanto.
Andando ouvirei o convite do que me cerca.
Do que me cerca, não. Nada me prenderá.
Andando ouvirei o convite do que me move.
(Jefferson Bessa)
7 comentários:
Aonde seus passos o levará?
aonde então não ser chamado?
vozes e lugares longínquos...
alturas e liberdades...
escrevi um poema-resposta...
Mt bom, Jefferson!!! Seu poema usa mt bem a repetição ou a gagueira pra expressar a ideia do "sempre andar"!!! Além disso, a conclusão do poema é magnífica: "Andando ouvirei o convite do que me move."!!! Isso é demais, é o movimento que se faz em busca do que, inconscientemente, gera esse movimento e, assim, é quase o andar em busca do conhecimento, de algum modo, de si!!!!
Mt bom!!!! Abraços
...em movimento Jefferson! Lindo, gostei do ritmo.
Um abraço e obrigada
excelente , querido Amigo.
adorei.
Beijo,
mariah
mover
a
montanha-
palavra]
*abraço*
Obrigado pela visita: Rogel, Jonathan, Gisela, Maria Azenha e Lupus. Grande abraço a todos.
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