A noite da rua sinaliza ao meu passo
A clara ausência do que a faz rua
Com semáforo ligado para ninguém
A rua sinaliza para mim sua face
Por ela só o vento faz os cruzamentos
Com um som passante dentre as árvores
A rua da noite assim segue a ela mesma
Como trilha que não é de nenhum carro
Sob seus olhos sou o que passa
Simples no andar vagaroso das pernas
E sua única seta indica paredes calmas
Como os muros do meu corpo
Entre nós nada além do que se mostra:
Atravessamos um ao outro
Agora temos entradas e saídas -
Por entre portas nos passamos
Jefferson Bessa
7 comentários:
A rua da noite às vezes é um mergulho na não-cidade.
Beijo pra você.
bom com sempre, poeta
Adelaide Amorim, a noite também revela a propriedade das coisas - a da rua, inclusive! Obrigado pela leitura.
Um beijo.
Amigo Rogel, sempre recebo com muito carinho seus comentários. Muita paz.
Um forte abraço.
Jefferson.
A rua, à noite...
O deserto em nós, "nada além do que se mostra"
Muito bonito!
L.B.
Sim, Lídia Borges! O deserto da rua que se exibe a nós. Obrigado pela leitura.
Um abraço.
Jefferson.
o rasto
da
noite
*abraço*
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