
sobre a cama ouvir quase adormece
os olhos cerram entorpecidos da noite
devagar é o quarto os livros as paredes
a porta entreaberta e a fraca luz que entra
em cores pontos claros pontilham ao ar
o corredor que se entrevê já quase dorme
a cama se acalma, o sono a cabeça descansa
ao lado o odor conhecido de sossegado corpo
pela janela clareia cheia de luz a lua de fora
sem pressa os dedos se movem e a vista embaça
o verso se estende lento a vozes que surgem
não há qualquer impaciência de findar o que se vê
lentamente a luz noturna pelo quarto ilumina
velhas esperas adormecem vestidas de exílios
por que querer enxugar a noite à meia - luz ?
que importa saber se chegou a hora da meia-noite?