ver palavras flutuando
nada tem de luta vã
nem mesmo qualquer luta há
fluem num movente
repouso como átomo:
dispersas - unidas
sem forças.
não ficam, não fogem
e ao redor só a paz
na calma de ouvi-las
sem fim.
chegam sem bater
espalham-se, deitam
e embora se vão
vivem sempre assim:
movimentos plenos
apesar de mim
quando me falam ou não,
aqui vêm - pousar, voar
-vou largar a porta aberta.
26 de jul. de 2009
17 de jul. de 2009
verso-serpentina

(enquanto festejam lá fora
eu aqui sentado escrevo
e sinto sentado.
quatro da manhã
depois de já dormir
penso na vaidade de um verso
que se quer registrar,
que se quer lido)
então um verso-serpentina
então um verso-serpentina
enrolado ao tempo breve
feito para jogar ao chão
em ondulação aérea
ouvindo
um verso claro
- que em seu curso
se evapora na dança de fazê-lo
como quem brinca
feito para jogar ao chão
em ondulação aérea
ouvindo
um verso claro
- que em seu curso
se evapora na dança de fazê-lo
como quem brinca
- sem fantasia,
sem co
(memoração)
sem co
(memoração)
Jefferson Bessa
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7 de jul. de 2009
A NOITE DA RUA

A noite da rua sinaliza ao meu passo
A clara ausência do que a faz rua
Com semáforo ligado para ninguém
A rua sinaliza para mim sua face
Por ela só o vento faz os cruzamentos
Com um som passante dentre as árvores
A rua da noite assim segue a ela mesma
Como trilha que não é de nenhum carro
Sob seus olhos sou o que passa
Simples no andar vagaroso das pernas
E sua única seta indica paredes calmas
Como os muros do meu corpo
Entre nós nada além do que se mostra:
Atravessamos um ao outro
Agora temos entradas e saídas -
Por entre portas nos passamos
Jefferson Bessa
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