basta se sentar à minha frente
nem preciso chegar pela mão
porque sei tocar bem leve,
meus olhos aprenderam a ver.
chegam muito discretamente
num gesto de pequena violação
a quem gosto e não sabe ver
na cisma de traje que o preserve
do que os olhos podem alcançar
o outro pode não ter conhecimento
mas sob a linha da visão existe
o que se pode sentir na textura:
desliza sobre a pele, sabe deitar
no macio áspero e no tocar lento
que desce num tempo que dura.
pra se ver é que um corpo existe
Jefferson Bessa
Do livro Chão da pele (2015)
2 comentários:
UM DOS SEUS MELHORES POEMAS... OS ÚLTIMOS VERSOS SÃO ANTOLÓGICOS...
AMIGO,
É SEMPRE UMA HONRA RECEBER DE VOCÊ UM COMENTÁRIO.
OBRIGADO,
JEFFERSON.
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