23 de mar. de 2014
QUARTA-FEIRA DE CINZAS I
depois da quarta de cinzas
o tempo passa
na rotina morna de ver
num amontoado de restos.
depois da festa se vive
nas sobras, nas obras
inacabadas da cidade.
a gente fica indiferente
as ruas os pés os olhares
tudo fica só neblina.
quanta bruma pesava
na alma desta pessoa
que inventou as cinzas!
a vida assim se esconde
o tempo se afoga incolor
não tem afoxé, fantasia
nem dança, nem bloco
quase nenhum sorriso.
quarta-feira de cinzas
fecha os dias de poder
dançar e abrir os braços.
no resto dos dias cinzas
quando chegam a sufocar
atravessamos as migalhas
deixadas em alguma esquina
em algum olhar ou fantasia
de alguém que se esquece
e conta uma outra estória
saímos de nós e ali mesmo
sorrimos como quem dança
e sem nos ver dançamos
ali mesmo um para o outro.
Marcadores:
Carne e Vendaval de Carnaval
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
seu poema HOJE VOU ESCREVER LUA é extraordinário pela excelência - peço para publicá-lo no meu blog
Bom que gostou, Rogel! Fique à vontade para publicá-lo. Para mim é uma honra.
Postar um comentário