onde foi que eu vim parar?
me largaram nesta terra
nesta em que só se tem
pés e passos que saem
para estar em outra terra
nem se vê simples o solo
pois antes do chão se vê
o céu. Mas deste nada brota,
nada rebenta, nada rasga
e mantiveram os pés no céu
deste dia pra cá se perdeu
o azul, o marrom, o lilás.
por isso aqui me pergunto
onde foi que eu vim parar?
nesta terra sem terra alguma
neste céu que é outra coisa
desses olhares à distância
ao meu redor me cerquei
me prendi e aqui parei.
de tanto ouvir ao longe
fico e imagino outra terra
cansado do que não existe
dizem que me aborreço
desta terra, de estar aqui.
nada disso, nada disso!
esgotado de ter que sair
dela - disto estou cansado -
de olhos que olham pra lá
às vezes me põem algemas
estas de rejeição e ojeriza
e fico em linhas cáusticas.
sem dar por isso me deixo
às vezes ir para esta noite
pobre, cheia de sono pesado
daí olho para o chão e sorrio
e vejo que devo retirar o céu.
não o céu azul acima de mim
mas este que roubou o chão
que leva ao "onde vim parar?"
no qual eles insistem em pisar
4 comentários:
Mais que o ONDE é o POR QUE.
Jefferson
que tua poesia cresça
cada vez mais
à Bessa
Vigor não te falta!
poético e filosófico
o estilo que gosto
Abraços!
Isaac, obrigado pelas suas palavras. Espero também ver sua poesia caminhando. Seja sempre bem-vindo!
Abraços,
Jefferson
onde fomos parar?
neste chão que não nos conhece
neste azul que não nos ilumina
neste mundo adverso
e ilusório
Isso, Rogel, é esse o solo que deixaram e deixam aos nossos passos. Gosto muito quando faz um comentário-poema.
Abraços,
Jefferson.
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