5 de set. de 2012

SÓ COM O MUNDO TODO



Na curva, na calçada
no meio de todo mundo
no meio, sempre no meio
do mundo, do povo, da rua
andamos com o Só

No quarto recolhido
se escreve o Só
a sós com o mundo todo

Não se deve excluir o Só
mas sustentá-lo à mostra
como ferida aberta de pé

No estar do meio de tudo
somos pontos de muitos
só(i)s pequenos, errantes
iluminando as diferenças
sem drama ou clausura

Na rua cada um é uma ilha
onde os Sós se fazem um Só

5 comentários:

Unknown disse...

Tão profundo e real, Jefferson!

Nascemos só, morremos só e agora no meio do mundo, da multidão, cada um está só mesmo.

Belíssimo!

Jefferson Bessa disse...

Só tenho a agradecer a leitura e o comentário, Mirze!
Grande abraço.
Jefferson

Teté M. Jorge disse...

É como eu me sinto nos tempos atuais... no meio de um monte de gente... e só...

Beijo carinhoso.

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

incomunicabilidade, solidão, muros altos, calabouço, tudo, a tudo, a todos, a poesia do muro, do risco das unhas no muro... cuidado, isso mata!

Fred Caju disse...

Do infindável tema dos poetas.