28 de mar. de 2012

PELE PALAVRA

Pele palavra
temperada
quente de lava
salobra
fria de água

Antes de sagrada
a palavra
amarga
ou amada
arrasta ou lisa

Grava olhos
lavra pele
lava mãos
leve ou pesa
da mente
passa

A silêncio
quando dita é
contradita
no extremo
da língua,
vira cravo
nos dentes
como fruto
na boca

A razão salga
açúcar
desterrada no céu
da boca.
revirada
jorra
fricativa e arranha
o risco dos píncaros
de pensar

No tato a palavra
sabe pó
e minério
revira esférica
revoa branda
sabe tudo
e nada


Nos pés
estala pedra
e erva
bate grave
recaída
na terra

Não diz nunca
não

3 comentários:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

o que impressiona é o não dito

Unknown disse...

A razão salga, tempera o céu da palavra boca!

LINDO DEMAIS, Jefferson!

Beijos

Mirze

Teté M. Jorge disse...

O tempero das palavras em versos seus... que mágico!

Beijo.