existem rios nas cidades
mas não são rios
não passam
não seguem
estagnados
por isso, a cidade não passa
vive extensa
num estacionamento
do tamanho dela mesma
sem o tempo dos rios
nada escoa
a cidade não passa
as pessoas param
(estranhas de nome,
as cidades não fluem
essas fluminenses e outras
não fluem
de que nos vale
um Rio em nome escrito
se travada em letra
sua palavra não escoa
pois feito poça
parou sem sua água?)
passamos sobre rios e pontes
mas sob os olhos
nenhum rio nos passa.
ninguém passa por uma cidade
se antes um rio
por ela não passar
4 comentários:
Nossa, muito bom!
O poema flui, apesar da história que o prende em alguma poça.
Gostei muito, Jefferson!
Beijo.
Lara, quanto tempo! Bom que voltou.
Obrigado! Beijos!
Jefferson
Lemvrou-me Veneza, Jefferson.
Mas Veneza não tem nome de Rio. A cidade precisa de rios que a circundem. Dentro dela, apenas baía e lagoas, que estagnadas como poça, deixam fluir habitantes .
Um beijo
Mirze
levantas aquedutos
que abastecem a alma
[obrigado]
De: lupussignatus signatus (Vítor)
Postar um comentário