6 de jan. de 2011

UM CORPO VIVO


as cores se abrem do corpo
aberto para mim, para quem o vê.
de súbito, eternamente acordo

à verdade de quem deve abrir-se
não sou eu, nem nós, nem ninguém
porque se quero desfolhar alguém
vejo qualquer coisa inexistente

nem como rosa, nem como cravo
hoje nada arrancarei de sua pele
não perderei, nem perderá um pelo.
sentará frente a mim de corpo nu
e aos meus olhos, sim, libertará
a minha visão já esquecida de mim
para só ver e ver um corpo vivo



Poema escrito após a leitura de um poema de Juan Ramón Jiménez lido no blog Viva a Poesia de Silvio Persivo, que também publicou no mesmo blog este poema que escrevi. Para ler clique aqui.

8 comentários:

Amélia disse...

Gostei de ler este seu poema.Será que poderei colocá-lo um dia destes no meu blogue?

Jefferson Bessa disse...

Será um grande prazer participar de seu barco de poemas, Amélia. Fique à vontade. Grato pela visita.
Um grande abraço, amiga!
Jefferson.

Anônimo disse...

ver pulsante o verde vivo
viva em mim o que é ativo
viva o neutrôn e o próton
viva o átomo eterno
viva o vivo
e viva o morto
pois o morto também
vivo
alimenta os vermes
desse jazigo

Teté M. Jorge disse...

Ah... eu gosto muito... uma delícia te ler, Jefferson.

Bom fim de semana, querido.
Um beijo carinhoso.

Anônimo disse...

Bonito aflorar, despertar da carne.

Beijo!

Unknown disse...

Belíssimo poema, Jefferson!

Aproveitemos enquanto existem corpos humanos vivos. E os sentimentos afloram como no poema de Neruda!

Muito em breve posarão para a arte robôs, ao invés de corpos humanos e vibrantes.

Bravíssimo, Jefferson!

Beijos, poeta!

Mirze

lupuscanissignatus disse...

desfolhar

a árvore

dos sentidos


[o eu con.funde-se
nessa paleta]


*abraço, Jefferson.
fica bem*

dade amorim disse...

Poema-imagem de grande beleza, Jefferson.
Beijo