6 de mai. de 2010

pernas cruzadas


logo que chegou ao bar
seu corpo pediu todos os olhares
mas num instante o vi falecer
embaçar.
o corpo que não transpira
derrete
para se fixar em poses.
e assim foi.

sentou-se à cadeira
de pernas cruzadas
e de tão embaraçadas
as pernas se fizeram
grandes bengalas
que assim carregam
a beleza que pesa
e que arrasta no rosto.

ah... mas se este corpo
chegasse
sem dar ares ao cheiro...
se este corpo
escorresse
a água da pele
pelo salão
e borrifasse às minhas narinas...


5 comentários:

Lídia Borges disse...

Um corpo estranho que se recusa a transpirar...

Da timidez à inacção!

L.B.

Jonathan disse...

Adorei, Jefferson!!!! As pernas cruzadas que viram bengalas foi demais!!!!

dade amorim disse...

Quando o corpo atrapalha...

Abraço, Jefferson

nydia bonetti disse...

Quase uma cena de cinema, Jefferson. Gosto demais de poemas neste tom. Abraço, bom fim de semana!

Graça Sampaio disse...

A eterna atracção que exerce um simples cruzar de pernas...