14 de abr. de 2010

chão da pele

desço
ao plano das águas salgadas
mas não as dos mares

levanto o copo da boca
ao brilho
do suor do corpo

erguem-se os braços
desnudos
me lavo em branca espuma

no alto
firma minha mão
num músculo alheio

a hora encharca,
o que tange se agita

vou cavando os dedos
pelo chão da pele

revolvo essas terras
suadas em que chego

6 comentários:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

VOCÊ É O MESTRE DO EROTISMO EM ARTE

Jefferson Bessa disse...

QUE ALEGRIA A SUA VISITA. OBRIGADO.

Wilson Torres Nanini disse...

Jefferson,

sua exploração de ritmos deu à dança, que o tema exigia, versos bem tecidos. Sua poesia é sempre cheia de poemas que nos aferem o sentir. Espero estar sempre apto a os captar.

Forte abraço!!!

lupuscanissignatus disse...

pres.sente-se

o movimento

tectónico


[que fende
o subsolo
da
pele]



*bom-fim-de
semana*

dade amorim disse...

Eroticamente lindo, ou lindamente erótico? Os dois, Jefferson.

Beijo.

Gerana Damulakis disse...

Tenho a tendência para me deter em expressões magnifícas. Fiquei presa na expressão "a hora encharca": perfeita!