11 de jan. de 2010

todo lugar vira outro


todo lugar vira outro.
quando chego já me retiro.
ou quero voltar. ou ir.
ou quero chegar. ou ficar.
é tão absoluto ficar onde não-fico -
solto-me do lugar e
na estabilidade de onde
não-chego
é que chego

o sempre transportar
ultrapassar portas
soltar–me de todas elas
subindo rampas
pontes e viadutos.
subo escadas
da minha subida no subir
a sempre dar saltos

saindo e entrando
pelo lugar que é outro.
contudo o lugar-outro
é tão correto, tão ele mesmo
que me retiro
e me vou para outro

eu e lugares independentes
desligo-me

faço estar onde não-estou

7 comentários:

ANGELICA LINS disse...

O estar que transmuta mesmo que nao seja visto, que não fique... Mesmo indo, acontece o que é pra ser.

Sempre contigo.
Beijos...

nydia bonetti disse...

o não lugar: onde se vive a não vida e o não sonhar - morada de tantos.

um abraço, Bessa.

medeiros.palo.zip.net disse...

Obrigado pela visita Bessa, valeu!

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

DE inquietação e Busca...
Um prazer Lê-lo ...
Abraço
_________ JRMARTO

Jonathan disse...

Nossa, q poema legal, Jefferson!!!
Adorei!!!!

lupuscanissignatus disse...

o lu(g)ar

habitado



[fresta

rompendo

o corpo]




*abraço*

Unknown disse...

somos sempre um(a) outro(a) a cada instante no espaço e no tempo...

beijo e muito obrigada pela visita