21 de out. de 2009

NU




deslizo a nudez de muitos corpos
desenrolo olhares na audição do traço braçal
e ando por muitas pernas
delineando todas as partes com o dedo - como quando se pinta cores

me agarro em muitas mãos e as passaria no corpo
como as águas descem
como um escultor por mil vezes sentindo a pedra

se esqueça de mim sem pose
quem vê é o corpo do meu olho rolando como pedras
submersas ... soltas
neste rio





Fotografia de David Myers.

8 comentários:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

belo poema sobre as mãos e pernas e corpo do "traço braçal", o corpo num rio e em pedras fotográticas

Cristiano Contreiras disse...

belo blog, te sigo!

Zé Afonso disse...

grande "escultor" de pensamentos!

Abraço

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

è sempre um prazer ler a sua poesia , e este poema corpo também não foi excepção .
um abraço
_________ JRMARTO

lupuscanissignatus disse...

aguarela

de


[misteriosas]


correntes



*abraço*

nydia bonetti disse...

Rodin... :) Beijo

Jefferson Bessa disse...

Muito obrigado pela visita de todos. Um forte abraço.

Jefferson.

Ianê Mello disse...

Belíssima imagem poética!

"se esqueça de mim sem pose
quem vê é o corpo do meu olho rolando como pedras
submersas ... soltas
neste rio"

O sentir é o que importa; o toque.
Os olhos não precisam visualizar o corpo acariciado, basta que o corpo o sinta.

Excelente!

Um abraço.