23 de mai. de 2009

E fico assim


E fico sempre
Na rasura
Do raso desta folha.


Nenhum rabisco rasga o profundo
Ilimitando o instante.
Nem há abismo nesta folha.


E assim fico sobre.
Olhando para cima
Às vezes para baixo,
Para os lados.
Mas sempre
Fico assim
No meio
Flutuando
Em papel.
(Jefferson Bessa)

5 comentários:

ANGELICA LINS disse...

Que teus instantes nunca sejam limitados e possas flutuar sempre em palavras poéticas como estas.

:)

Meu vórtice passou por aqui.

Jefferson Bessa disse...

Olá, Angélica. Obrigado pela leitura. Sim, a flutuação na superfície da folha no instante do poema. Estamos sempre sobre - na superfície.

Um abraço. Valeu pela visita.
Jefferson.

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

muito bom poema, a poesia flutua no papel...

Jefferson Bessa disse...

Amigo Rogel, obrigado pela leitura. Sua visita aqui é sempre agradável. Feliz por você ter gostado!

Um abraço.
Jefferson.

lupuscanissignatus disse...

[vo(g)ando

pela raiz

do pensamento]