7 de fev. de 2009

Às claras sombras da noite

A claridade da noite clareia. E os fulgores estrelares se movimentam quando clareamos da mesma forma esse brilho que, de um lado a outro, segue. É só olhar para o céu que se verá o passeio de infinitas cintilações. Longe de luzes citadinas e de homens que as escondem, a noite tem sua claridade. As sombrias luzes nunca surgirão assombrosas, pois elas não nos encobrem nada. Por outro lado, em sua insanidade, sob as suas escuridões, muitos homens se escondem – grande refúgio. É que sob essas sombras eles ficam sob as sombras de si mesmos. Essas inumeráveis camadas do sob em que vivem os homens! Aterram-se às noites, formando as suas trevas quando se escurecem da noite e de si mesmos.
A noite não oculta nada! Vejo as sombras noturnas – elas são as suas cores; a suavidade de suas luminosidades; os seus contrastes que são matizes de seus momentos; tornando-se aqui tão claras que aos olhos resplandece. O que se vê é a força flamejante do movimento circular, brilhante e pulsante que possui as estrelas. E todo esse momento se mostra por um movimento tão intenso e vivaz que a noite se torna exultante. Apraz-me retirar da noite as humanas-sombras para consentir as sombras noturnas. Se há poesia nesses instantes? Certamente. A poesia está menos em negar-se ao refúgio delas do que na coragem de ver as estrelas e a noite em superficialidade clara e fulgurante.
(Jefferson Bessa)

9 comentários:

Carmem Salazar disse...

Nosso escuro, nossa luz. Poesia, qdo iluminados pela palavra de sabê-los.

Jefferson, obrigada pela tua visita no meu blog... Volte sempre!

abraço

Jefferson Bessa disse...

Obrigado pela visita, Carmem. Seja bem vinda.

Abraços.

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Jefferson Bessa , ao fazer um passeio em seu espaço, não poderia deixar em branco este belíssimo texto ao belo quadro de Van Gogh Starry Night, c.1889, esta tela , quando estive recentemente ao Moma em NY,eu comprei e dei de presente ao meu filho Moacyr Mallemont. Você foi muito iluminado ao descrever essa majestosa pintura , meus cumprimentos, com admiração,
Efigênia Coutinho

Jefferson Bessa disse...

Oi, Efigênia Coutinho, fico feliz por ter gostado do espaço e do texto. Realmente é uma tela fantástica de Van Gogh! Seja bem vinda, Efigênia. Muito grato.

Forte Abraço.
Jefferson.

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Olá Bessa, vim agradecer sua mensagem, e procurei para ser seguidora do seu espaço, mais não encontrei o link, mesmo assim deixo meu convite para você acompanhar meu espaço,pois é uma forma de muitos poderem ler sua belíssima poesia, com admiração,Efigênia

Jefferson Bessa disse...

Muito agradecido, amiga. Acompanharei seu espaço.

Forte Abraço.
Jefferson

Jefferson Bessa disse...

Amiga Efigênia, ainda estou conhecendo os recursos possíveis do blog, por isso ainda não tenho esses outros links. Em breve, colocarei. Valeu pela dica.

Abraçço.
Jefferson.

Anônimo disse...

Quando a noite vai chegando e o silencio nos remete às coisas mais sublimes, eu adoro passar por aqui para reler seus textos.
Nada tão bonito quanto reforçar um gesto com lindas e sentidas palavras. A sua noite e a sua poesia nos transmitem sentimentos e não, apenas, meras palavras, constantemente repetidas, vazias de sentido, querendo seguir um caminho, sem que tenha alguma coisa que as movam.
A sua poesia e as suas palavras são ditas e cantadas com uma carícia e para sempre recordadas com ternura.
E "esta poesia está menos em negar-se ao refúgio delas do que na coragem de ver as estrelas e a noite em superficialidade clara e fulgurante"(sic).
Não me lembro de, uma única vez siquer, que eu tenha passado por aqui, por mera curiosidade . Pra mim é sempre um grande prazer. Parabéns, Carlos

Jefferson Bessa disse...

Amigo,

fico muito agradecido por essas palavras carinhosas e verdadeiras. Lindo! Você será sempre bem vindo com a mesma ternura, amigo. Obrigado pelas leituras e por tudo.

Abraços.
Jefferson.