21 de jan. de 2009

Enquanto andava na rua

hoje tropecei 
enquanto andava na rua 
tombei, quebrei o joelho. 
mas de que matéria é essa pedra? 
não é mineral, certo! 
sobre este chão, caído 
ainda resisto virado, me viro a olhá-la 
e é de um azul-flutuante 
semitransparente 
e fico com esses olhos que veem 
com as gotas de sangue jorradas no chão. 
se a matéria da pedra for eu mesmo? 
se for do efeito da dor 
ou de uma coloração alquímica? 
de sensações bombardeadas 
ou de manifestação divina? 
ou pedra somente vista? 
desejada? 
ou pensada? 
De quantas matérias se compõe uma pedra? 
Para tanto basta ser uma pedra interrogada! 
(Jefferson Bessa)

3 comentários:

Nico Nicodemus disse...

Realmente, Jefferson, podemos ser pessoa, pedra e caminho. Nosso próprio obstáculo, empecilhando o livre trafegar. Por outro lado, podemos ser pedra-degrau, alavancando o salto para mais altos patamares, ou simplesmente preparando uma nova queda...

Unknown disse...

Adorei o poema, Jefferson!!!!
Tem um ritmo muito bom, composto de rimas bem feitas: você trabalhou bem com algumas internas e outras pouco óbvias!!!! Já o motivo do poema é bem interessante: somos pedra, pedaço de pedra, de uma grande pedra maior!!!!

Jefferson Bessa disse...

Gostei muito do comentário de vocês. Sejam bem vindos!